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Entrevista a Marcos Vinícius Almeida

ESBOÇO DE UMA ENTREVISTA, OU MELHOR, UMA CONVERSA ENTRE  O EDITOR, MARCOS VINÍCIUS ALMEIDA E O AUTOR, MILTON REZENDE.

Mais importante que publicar é fazer o livro ser lido e o empenho do autor

é fundamental. O que você acha desta questão?

Concordo com você: tão importante quanto publicar é a divulgação e a  distribuição do livro, e esse é o grande desafio colocado para autores e editores. Não  basta ter qualidade literária e publicar, é importante fazer o livro chegar ao leitor e é  preciso que ele seja lido pelas pessoas. Houve um tempo em que era muito difícil a  publicação de um livro, sobretudo de poesia. Foi mais ou menos na época em que eu  comecei, na década de 1980. A única alternativa era o autor bancar os custos da  edição e depois ficar com todos aqueles exemplares encalhados em casa por muitos e  muitos anos. Hoje é um pouco diferente: com o advento e a popularização da Internet  e agora também com as editoras por demanda, publicar já não é mais aquele bicho de  sete cabeças. O difícil é o escoamento da produção e fazer com que o produto seja  “consumido” pelo público leitor, numa palavra, o difícil é justamente esse público  leitor e como chegar até ele. Confesso, sinceramente, que não sei como fazê-lo ou  fazê-lo de uma forma eficiente. Sem dúvida nenhuma o caminho passa pelo  investimento (inclusive financeiro) e marketing das editoras e também dos autores  envolvidos. É uma coisa bastante complexa.

Talvez fosse melhor trabalhar mais a divulgação do “Escada” que entrar  numa nova publicação agora, pois um lançamento seguido de outro seria talvez um  pouco precipitado. O que você pensa desta sugestão?

Quanto à divulgação do meu livro “Escada”, fiz tudo conforme  combinamos. Além do lançamento, enviei material para todos aqueles sites que você  me indicou. Consegui divulgação, além da própria editora e da livraria Cultura, nos  sites Palpitar, Portal Literal e n’O Bule Literário, com a publicação de poemas,  resenhas e aquela entrevista que concedi. Dos 50 (cinquenta) exemplares editados, 36  (trinta e seis) foram vendidos e os 14 (quatorze) restantes creio que posso dar cabo  deles nos próximos meses. É muito pouco, eu sei, quase nada mesmo, mas a  “demanda inicial” foi atendida e não acho que seja necessário, neste momento,  pensar numa segunda edição. Como eu disse, precisamos trabalhar primeiramente na  criação e no aumento das demandas pelo produto livro. Uma das formas é tentar  manter a visibilidade e a evidência do autor e dos seus livros, da maneira que for  possível. Foi por isso que te enviei os originais de um outro livro, para que, com uma  publicação continuada e em sequencia, se possa tentar criar e alimentar essa  expectativa. Um autor que publica um livro e depois “some”, rapidamente será  esquecido, mesmo que esse livro tenha qualidades de um bom livro. Essa é a lógica  (perversa) do mercado, do consumo rápido e logo descartado ou substituído pelo mais  recente.

Eu, no seu lugar, tentaria publicar textos em revistas, tentaria participação  em eventos e saraus para divulgar o livro publicado...

Acredito que algumas portas foram abertas, por exemplo, fui convidado  a participar (e estou participando) de uma coletânea de textos de diversos autores  intitulada “A Arte de Morrer”, que será lançada no 1º Congresso Internacional de  Educação e Espiritualidade, previsto para setembro. As suas ponderações estão  corretas e agora te faço essas outras, para que pensemos juntos sobre qual seria o  melhor caminho: manter a sequencia e o ritmo das publicações ou esgotar todos os  meios de divulgação de um livro antes de se pensar no lançamento de outro. Fica a  minha dúvida. De qualquer forma tenho vários projetos prontos e estou tentando  trabalhar em diversas frentes, tentando viabilizá-los.

Nota: Milton Rezende publicou em 2009, através da Editora Multifoco, seu livro de

poemas “Uma Escada que Deságua no Silêncio”.