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Prosa Poética

TRILOGIA PARTE 1 - FELIZ NATAL

Ontem, depois que cheguei de lugar nenhum, acabei não saindo para nenhum outro lugar. Nada de especial aconteceu para que eu não saísse. Eu poderia ter saído, mas não saí e era noite de natal. Eu estava sozinho de novo, como uma criança ao pé de um muro em ruínas e já por uma boa sequência de anos seguidos. Lembrei-me dos caminhos que se bifurcam e que seguimos sempre por diferentes direções. Como dois rios paralelos que nunca se encontram, como trilhos da estrada de trem abandonada em meio ao matagal do trevo. Logo adiante há uma curva ou uma ponte e os olhos já não alcançam o desfecho final. Fiquei pensando então numa frase de um professor da escola que nos dizia que as paralelas se encontram no infinito e que também os rios, todos os rios, vão dar no mar, formando uma coisa só. Eu era criança então e naquele momento a ideia de que tudo se convergia me parecia um aceno de felicidade futura, mas agora que já devo estar para mais do meio da minha vida tudo isso me parece remoto e sem importância, uma vez que não poderei nunca fazer o percurso da nascente à foz de um rio e também não poderei esgotar todo o trajeto dos trilhos estando dentro de casa.


Rita de C...esse nome me lembra galope e vislumbro o código de barras tatuado em sua nádega esquerda. Nesse feriado minhas mãos estão dormentes e formigando. Vou até a geladeira e abro uma cerveja, a primeira. Já é um pouco tarde e preciso preparar a minha ceia de natal: arroz com linguiça. Estou sozinho, mas não fui apanhado de surpresa, uma vez que fui eu mesmo que cuidei em cavar a minha própria sepultura em vida. Não fui talhado para o convívio e, no entanto, a solidão me sufoca, não posso ser uma coisa nem outra. Habito uma zona de sombra, como um espaço do não-ser. Atravesso um corredor blindado que me leva até o meu quarto e fico lá como um dependente em uma clínica de recuperação ou como um detento numa colônia penal agrícola. Às vezes deito-me numa posição fetal e fico aguardando visitas... às vezes chego até uma janela que fica nos fundos do aposento e vejo crianças brincando e retrocedo ao tempo em que eu era menino e saíamos para a rua nas manhãs de 25 de dezembro e exibíamos os nossos presentes deixados sobre pares de sapato à meia noite da noite anterior. Fecho as cortinas, afinal esse tempo já passou para mim e o telefone já não toca na casa escura e silenciosa. Sento-me para jantar. Um prato só na mesa e a previdência de ter ao menos comprado cervejas o bastante na véspera.


A dúvida persiste e me assola. Devo sair? Há, aqui perto, um bar onde eu poderia ao menos escutar conversas, sentado numa cadeira de plástico e comendo espetinhos de carne dura. Alguém provavelmente abriria o bagageiro do seu carro e uma música horrível inviabilizaria qualquer possibilidade de diálogo. Isto posto, desisto mais uma vez de sair.


E se eu ligasse para Roberto, Isabel, Renata, Isaías, Francisco e todos os outros que conheço de vista ou de bar? Mas a ocasião não é propícia e todos certamente já têm os seus esquemas montados para a noite de hoje. Uma ligação minha só serviria para evidenciar a minha solidão e a minha falta de perspectivas. Eu teria que mentir dizendo que está tudo bem e inventar uma desculpa qualquer, um pretexto qualquer para estar ligando, noite alta, procurando por uma espécie de auxílio. Contudo, resolvo fazer um teste e abrindo uma outra cerveja, ligo pro Roberto. Ele me diz, animado, que acaba de chegar e que só vai tomar um banho para sair novamente para a casa da Isabel onde todos já se encontram reunidos desde há muito. Minto dizendo que estou na estrada, em viagem, e que só liguei para desejar boas festas. Apago as luzes da casa para que elas não denunciem a minha presença e a grande farsa que é a minha existência.


Estou entediado de assistir tevê. Programação besta feita sob medida para idiotas como eu que ainda se sentam à sua frente por pura falta de opção. Desde que cheguei e não importa de onde vim e eu também não sei, perdi tempo demais na frente desta caixa preta que emite cores e situações aparentemente reais. Mas só aparentemente reais. Simulacros de verdade enchendo de vida as nossas vidas vazias. Espelhamos na tevê a nossa ausência e o sofá é o divã de nossos dias. Dor, angústia, letargia e um apetite voraz nos entorpecem diante das imagens bizarras da tevê. Nada melhor do que comer diante das imagens cruéis e violentas do cotidiano selvagem das cidades. Gosto de assistir tevê assim, sem som. Não é necessário, diante da eloquência das imagens. Fazer sexo com a tevê ligada também é bom, desde que sem áudio. É interessante (e excitante) ver todos aqueles lábios se movendo sem finalidade e a gente então lhe atribui uma finalidade erótico-felativa, complementar ao ato. Às vezes, vencendo a indolência, coloco o áudio para “assistir” ao noticiário da tevê: desfiles de esquizofrenia. Li outro dia numa revista, um artigo que dizia que “o Brasil parece um hospício com a contabilidade em dia, mas só um esquizofrênico poderia deixar de perceber o que alguns malucos estão fazendo no pátio do manicômio”.


Penso de novo em Rita de C. Mulheres são entidades. Caixas-de-surpresa que estão sempre nos surpreendendo. Acho que não estamos preparados para elas e também não sabemos viver sozinhos. Ritas de C. são várias, são nádegas, são sonhos e farsas disfarçadas em enredos verossímeis. Outro dia vindo para casa eu encontrei uma mulher usando um band-aid. Perguntei-lhe pelo seu nome e ela me disse: Rita de C... e sumiu. Antes eu havia encontrado uma outra mulher com prótese. Quis saber o seu nome e ela, tirando a roupa, disse-me: Rita de C... e virou as costas para mim. Existem muitas Ritas de C., algumas são irmãs de si mesmas, siamesas sexuais cheias de sardas. Outras são lábios e dentes, bilabiais. Todas usam o telefone como arma de sedução e abandono. Algumas são negras, cheias de beleza e tranças e tramas. Mas todas, num dado momento, nos abandonam num banco de rodoviária qualquer. Ou nos deixamos lá ficar por não termos sabido como lidar com elas. Algumas são mais fortes e cruéis e definitivas, mas estas não se chamam Ritas de C. São Exéquias. Dulcinéias Del Toboso, gozo de alto risco, gozo perigoso, jogos de azar. Machucam e ferem ao longo de muitos anos, todos os anos da nossa vida e sorriem e nos esmagam acenando com possibilidades e ainda assim as amamos e queremos nos casar com elas que nunca se casarão conosco e também nunca nos dispensam do seu domínio. Algumas destas costumam levar ao suicídio. E finalmente há as verdadeiras, que são poucas e constituídas de si mesmas. Parecem mães e crianças e são fortes e frágeis como um sol estendido sobre a lona das nossas fraquezas. São máximas e rigorosas e são laicas como a constituição dos povos. Não nos salvam de nós mesmos, mas tornam a vida suportável, se estamos ao lado delas. Se as perdemos, ficamos fracos, vulneráveis e então escrevemos versos.


A noite prossegue já quase finda e eu ainda não me decidi se devo ou não sair, ir a algum lugar, a qualquer parte, por o focinho pra fora da caverna. Isto sempre acontece comigo, principalmente em feriados prolongados. Sob o pretexto do álcool e da literatura, tranco-me em casa por intermináveis dias seguidos e fico exercitando a morte. Foguetes lá fora e músicas natalinas e cachorros latindo. Acho que vou assistir a um vídeo e esquecer a tempestade interior, fundir-me com ela, retroceder a dor. Subo numa cadeira para alcançar a prateleira superior de minha estante onde estão as minhas poucas fitas de filmes e musicais. Pink Floyd, The Wall de Alan Parker. Rebobino a fita, aperto o play e uma voz em off canta longe e ao fundo a cantiga do menino sem natal, na introdução deste belíssimo filme: “O natal chega só uma vez por ano, para todas as meninas e meninos. E o riso e a alegria eles encontram em cada brinquedo novo. Vou contar-lhe do nosso menininho que mora aí em frente. O natal deste garotinho... é um dia como qualquer outro”.

TRILOGIA PARTE 2 - HORÓSCOPO

Outro dia, numa conversa sobre velhos e asilos, descobri que Rita de C. também é formada em psicologia e parte do seu encanto vem daí, do volume de conceitos e fundamentos que possui, como adiposidades sexuais. Um dia ainda pretendo me meter entre suas nádegas e aprofundar meu conhecimento sobre tatuagens, quando ela estiver viúva. Antes, em seu consultório, ela me dirá se devo dar um tratamento literário às minhas patologias ou se devo considerar minha literatura como patológica.


Francisco foi um tolo quando se enveredou pelo misticismo como forma de justificar os seus atos. Quis ver em tudo a mão suave do destino e deu de querer ler e acompanhar seu horóscopo. Ninguém comete um equívoco sem um motivo transcendental para si mesmo. Chegou até a colecionar previsões que endossassem suas atitudes, conforme ele me contou depois. Um dia o encontrei, bêbado e estropiado, com um pedaço de papel na mão. Uma folha arrancada de um caderno espiral cheia de anotações extraídas de jornais sobre o seu signo. Cobrem um curto período, não datado, em que ele diariamente acompanhava e anotava, montando um pequeno texto com vários e diferentes enxertos dessas previsões que, segundo ele, justificavam plenamente a decisão a ser tomada. Com isto julgou estar no caminho certo e quebrou a cara e agora me exibia o papel de sua ruína. Não vejo muita unidade nesse amontoado de frases e nem posso compreender como alguém possa ter embasado nelas uma decisão que mudaria o curso da sua vida. Ao invés da mão suave do destino ele encontrou o braço forte da desgraça. Coisas da vida e azar o dele que não leu A Cartomante. Transcrevo a seguir, a título de curiosidade, as anotações astrológicas e zodiacais do meu desafortunado amigo.


“Na vida amorosa ou na profissional, podem surgir situações de prova ou desafio. Aproveite para treinar sua capacidade de funcionar sob estresse. Cabeça fria e objetivos definidos serão o seu escudo. A vitória acompanha quem tem melhor controle sobre si mesmo. Chega um momento na vida em que não dá mais para preservar as coisas como estão e que, correndo-se o risco de magoar pessoas ou destruir instituições, é melhor fazê-lo do que continuar mantendo tudo como está. Tudo está melhor do que parece, não tenha dúvidas a esse respeito. Todo esse tumulto, que muitas vezes tem você no epicentro da situação, expressa, na verdade, a mão compassiva do destino acertando o passo de tudo. Pronto para voar, virar o mundo de pernas para o ar, se jogar nos braços do seu amor. Impulsos de se libertar, romper antigos grilhões, tudo aquilo que vem se arrastando há eras. Você está se abrindo, de lento caracol vira veloz borboleta. Tudo pode ser e acontecer: link-se com sua alma. Uma decisão arriscada pode ser tomada hoje. Num tema amoroso, vai funcionar melhor se você der o primeiro passo, agindo de maneira segura. A surpresa e a segurança do que deseja é que irão garantir que você não fique falando sozinho. E não seja impulsivo, para não provocar acidentes. Toda a energia que você precisa para ser feliz está disponível e é absolutamente gratuita. A vida não exige nada, oferece tudo. Exercite-se na arte de viver sem depender de objetos ou dinheiro para garantir felicidade. Quando a mente fica cheia de preocupações é mais difícil perceber os detalhes belos da vida. As preocupações podem até ser reais, mas nada obriga você a se prolongar nelas. Passe por elas o mais rapidamente possível. Dúvidas e incertezas do futuro, como será o amanhã? É, pode ser difícil mover-se em chão desconhecido, trilhar a imprevisibilidade, mas se você der uma boa olhada em sua história até aqui, verá que não é a primeira vez que coisas muito boas aconteceram e que você se descobriu mais forte quando a vida o surpreendeu. É imperioso que você renasça das cinzas daquilo que se acostumou a chamar de ‘sua vida’. De fato, ela não mais existe, é apenas uma reminiscência. A morte não é tragédia, é oportunidade de transformar tudo em algo melhor”.


Tendo passado muitos dias deitado debaixo da cama a contemplar os estrados de madeira sob os colchões, penso que a essa altura eu já não passo de um rato emotivo. Preciso me dispor a levantar para trabalhar ou morrer ou morrer de trabalhar, o que para mim pouco importa, uma vez que sinto a obrigação de sair daqui com urgência. Quando me refugiei era um paraíso, mas um paraíso momentâneo como logo percebi. Com o passar do tempo comecei a descobrir estragos na madeira do estrado. Nódulos, cerne podre, pregos amassados e entortados de qualquer maneira. Também o colchão apresenta bolor aqui e ali e isso já me irrita assim como as teias de aranha e a sujeira que se acumula debaixo dos móveis. Me sinto só e vazio, mas se passo para a parte de cima da cama, sobre os colchões, aí então a minha solidão parece que se escancara, fico desprotegido do mundo, com o vento a zunir em minhas orelhas. Um rato emotivo coberto de fuligem, cheio de medos e vertigens, eis o que sou. Num paroxismo de pavor, salto de debaixo da cama e já me vejo numa velha estrada de terra vermelha que afinal desemboca no quintal da minha infância.


Acho que fui, sem o saber, uma das vítimas de Fausto. Aquele vampiro de almas, acho que me sugou, pois me sinto vazio como um morto-vivo, um fantasma cujo reflexo é apenas uma sombra no espelho das águas turvas de um tanque que se romper um dia poderá destruir toda uma cidade inteira. Percebo que o meu caso é grave na medida em que não compartilho o convívio dos mortos nem tampouco sou notado pelos vivos e, com certeza, esse é o fim das vítimas de Fausto.


Agora sou um peixe sem alma. Olho-me no espelho e vejo uma cara de peixe coberta de escamas. Um peixe feio, mais redondo que comprido, que outrora habitava o fundo do lago Baikal e que hoje chapinha nas poças de água barrenta formada pelos cascos dos animais que chegam às margens do tanque para saciar sua sede e deixam pegadas que logo são invadidas pelas águas adjacentes, como uma extensão desse tanque cujo formato é de um mapa invertido.


Não me lembro de ter conhecido esse tal de Fausto, mas certamente nos encontramos em algum desses bares que eu frequentava antes de transformar-me neste misto de rato e peixe que ora se esconde debaixo da cama, ora se chafurda na lama formada pelos cascos dos bois da antiga fazenda onde se pescava.


O Fausto “comprou” a minha história de vida. Uma história banal é verdade, mas era minha e era a única que eu tinha. Hoje me encontro vazio e já faz muitos anos que não escrevo um poema. É, deve ter sido isso. E o canalha não me pagou nada.

TRILOGIA PARTE 3 - OS SAMAMBAIAS CHORONAS

Algumas pessoas me perguntam sobre o meu processo de criação. Não sei bem o que dizer, mas digo que três fatores são essenciais: método, disciplina e solidão. Geralmente elas concordam com os dois primeiros itens e me questionam, sempre, quanto ao terceiro. Digo-lhes que este é o décimo terceiro livro que escrevo ou do qual participo e que, com exceção dos livros de poesia, que são a maioria e que é algo inexplicável, os demais livros, em prosa, seguem este protocolo.


É claro que depois do Fausto ter entrado em minha vida e ter roubado as minhas histórias ou parte delas, alguma coisa mudou, mas a essência permanece a mesma. Eu diria que sou um escritor de feriados prolongados, quando a casa está vazia e você pode então se exercitar no método, na disciplina e na solidão que já então é intrínseca.


No meu caso, especificamente, conta o fato de eu e minha família estarmos deslocados no espaço geográfico, bem como os meus vizinhos mais próximos, que também não são daqui. Não tenho parentes e pouquíssimos amigos na cidade onde moro. Nos feriados, cada um caça o seu rumo e o meu rumo como é distante ou inexistente, permaneço aqui entre ovelhas de sonhos que cultivo em silêncio. Não que eu quisesse, sempre, poder ir para a minha cidade natal. Até porque, presentemente, eu não gostaria de morar lá. Mas ela é sempre uma referência, um espaço a se conquistar, como aquele antigo amor que você sabe que nunca será seu e que não obstante nunca deixa de te des/nortear a vida.


Outro dia, num show de rock que eu e minha banda imaginária fizemos em nossa cidade, alguém da platéia gritou que éramos o que de melhor havia e eu retruquei, do palco onde eu estava então, que agradecia os seus elogios superlativos, mas que na verdade eu não passava de um bêbado. E nisto consiste o meu método e a minha disciplina: nos feriados prolongados, quando todos viajam, tranco-me em casa, não sem antes me abastecer de cervejas, carnes, cachaças e filmes pornográficos. A literatura e a música precisam ser reais, mas o sexo pode ser virtual. Durante esses três ou quatro dias geralmente eu não ponho o focinho para fora da caverna. Tranco tudo e é preferível que o telefone e a campainha não toquem, como de resto não tocam mesmo, para que eu mantenha a minha disciplina solitária. Como escrever, por exemplo, um romance com a televisão ligada e com conversas e pessoas circulando pela casa? O recolhimento, mais do que o silêncio, é fundamental, assim como é fundamental o egoísmo no ato de escrever e que cada coisa esteja no seu devido lugar.


Então, entre uma cerveja e outra eu escrevo. Entre uma cachaça e outra eu escrevo. Entre um orgasmo e outro eu escrevo. Entre um alimento e outro eu escrevo. Sem ter varrido a casa, sem ter lavado a louça, sem ter tirado a poeira dos móveis, sem ter lavado a roupa suja, sem ter desentupido a pia da cozinha, sem ter passado a roupa da semana anterior, sem ter lavado os banheiros, sem ter passado pano molhado no piso, sem ter cozinhado o feijão, sem ter vivido o que minimamente se entende por vida, sem ter visto ou falado com ninguém sequer ao telefone. Preso ao abismo da tela do computador, desvinculado do mundo e alheio a tudo o que seja externo ao desespero e às lembranças e à memória de um mundo afinal inexistente.


No entanto é fundamental que se tenha pássaros cantando e vasos de flores e peixes no aquário e montanhas verdes que se estendam através da paisagem e que essas montanhas sejam circundadas de árvores. E que os ônibus passem na estrada ao longe, recortada pelo ângulo da janela e que não haja ruídos nem vozes de gente. É claro que a solidão, a despeito do que se produz ou do que se deixe de produzir, cobra o seu alto preço e a morte é um medo permanente e o sono escasso e a fome negligenciada, assim como o corpo e a alma igualmente relegados a um plano secundário e tantos outros inconvenientes, de tal modo que sorrio sempre e com alívio quando afinal ouço a chave no cadeado do portão e Rita de C. sobe pela escada da rotina afinal restabelecida. Mais uma vez fui salvo de mim mesmo.