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De Outros e Diversos

UMA PALAVRA SOBRE O “DE ANDRADE”

O “De Andrade” entrou na minha vida em 2017, como Agente Literário, quando da publicação do livro “Mais uma Xicara de Café”. Surgiu de uma necessidade, uma vez que eu havia sofrido um derrame cerebral (AVC) em 2016 e tive meus movimentos do lado direito do corpo seriamente afetados. Se decidi publicar este livro logo em sequência, já no ano seguinte à “catástrofe”, eu precisava de um auxiliar direto que me ajudasse a dar uma formatação a esse projeto antes de enviá-los aos meus produtores e revisores habituais: Maria José Rezende Campos e Francisco de Assis Campos, que, inclusive, se encarregaram de preparar para publicação de meu outro livro no mesmo ano de 2017: “Um Andarilho Dentro de Casa”

E assim foi feito, o livro foi publicado e o resultado final me agradou; tanto que em 2019 para a publicação da miscelânea “A Casa Improvisada” convidei-o novamente para exercer aquelas mesmas funções e mais uma vez ele saiu-se bem dentro do que se esperava dele.

Agora para os derradeiros projetos que se avizinham, seja na minha “Antologia Poética – Literária I” já pronta e esperando para sair quando houver (sic) melhores condições de bolso e de pandemia, e que a vacina aplicada a todos os humanos nos torne imunes a esse autêntico pesadelo de final dos tempos.

Ou seja, na eventualidade de eu vir a concluir o livro “Da Essencialidade da Água” ou mesmo se eu for publicar a minha obra definitiva e última, em que pretendo reunir toda a minha produção poética nesses mais de trinta anos de atividade, qual seja, o livro “Obra Completa – Literária II”, reunindo todos os 7 ou 8 livros de poemas que eu escrevi na vida.

E mais não digo porque todos os novos projetos de criação, em mim, particularmente, sofreram um hiato e uma suspensão ou mesmo uma paralização definitiva, coisa que antes mesmo do caos se instalar em nossas vidas eu já estava deliberando de uma forma mais ou menos consciente.

Portanto, não será a pandemia a única responsável, se isso vier mesmo a acontecer. Só consolidou os indícios e a morte por covid-19 do amigo do poeta e escritor Edson Bráz da Silva e posteriormente a morte por infarto do poeta e tradutor Ivo Barroso representaram um baque e certamente deverá influir nos desdobramentos futuros, naturalmente se houver desdobramentos e principalmente se houver algum futuro.

No que concerne ao “De Andrade” isso acabou, mas não foi uma ruptura dramática, problemática ou mesmo causada por qualquer fator externo de desempenho ou de insatisfação dele ou minha. Veio naturalmente como consequência de um processo que se exauriu. Tenho o maior respeito pela sua pessoa e sou imensamente grato pelo papel que ele desempenhou nos dois dos meus livros mais recentes publicados.


TEMPO DE POESIA EM ÉPOCA DE REDES SOCIAIS
Por Patrick Ariel

Adquiri num evento de universidade o livro recém-lançado sobre o poeta Milton Rezende. Praticamente passou despercebido tanto o autor quanto os seus poemas e essa dissertação resgata esse lapso inconcebível e inicia a fortuna crítica do autor mineiro.

Trata-se do livro “Tempo de Poesia: Intertextualidade, Heteronímia e Inventário Poético em Milton Rezende”, da autora Maria José Rezende Campos, publicado através da Editora Penalux (2015).

O livro já nos pega pela capa que, segundo a autora, é a representação gráfica de um dos poemas do Milton: Obstáculos. Na contracapa, em meio às gotas de chuva do desenho, um comentário do consagrado Ivo Barroso, tradutor de Hesse, Rimbaud, entre tantos outros.

As orelhas trazem a apreciação do Prof. Luiz Fernando Medeiros de Carvalho, orientador da autora no mestrado em letras que resultou na presente publicação. O prefácio foi escrito por Anderson Pires da Silva e a apresentação traz a rubrica de Nícea Helena Nogueira, ambos conceituados professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Por esse arcabouço já se pode perceber a excelência da presente e oportuna publicação acadêmica que, no entanto, nos prende pela coloquialidade dissertativa, tornando a leitura palatável e prazerosa desde o primeiro momento. Mérito, sem dúvida, da Maria José que soube “penetrar com denodo e carinho, os meandros mais intricados da obra do nosso Milton”.

O livro em questão é dividido em quatro partes ou eixos temáticos que versam sobre a intertextualidade, a heteronímia, o processo de criação e os espectros do Spleen encontrados no poeta Milton Rezende, que já possui nove livros publicados e completa agora, em 2016, trinta anos de estrada literária desde a publicação de “O Acaso das Manhãs”.

Repassemos então, em breves pinceladas, os capítulos ou temas estudados, pois temos a plena certeza que nenhum comentário substituirá a completa leitura do livro: como nos filmes em que a sinopse deve servir para aguçar ainda mais a vontade de ver todo o filme. Eu, Patrick Ariel, poeta inédito e estreante, ficaria satisfeito se os eventuais leitores das redes sociais (que conseguiram chegar até aqui) me acompanhassem até o final e fossem além, adquirindo um exemplar do livro e através da leitura e apreciação pessoal, tirassem as suas próprias ideias e conclusões.

Já ressentimos muito, desde algum tempo, a morte ou a mordaça das análises críticas nos órgãos de imprensa e a ausência daqueles grandes críticos literários que dissecavam autores e obras em grossos compêndios. Nos tempos de colégio achávamos aquilo maçante e hoje quantos de nós não daríamos tudo para ter de volta os antigos suplementos com seus artigos teóricos.

No primeiro capítulo a autora faz um apanhado geral sobre a intertextualidade em seu contexto histórico e correlaciona-a, em particular, com seu objeto de estudo, o poeta Milton Rezende e nos poemas em que ele adota tal procedimento que, em se tratando da poética contemporânea é bastante comum e corriqueiro, assim como o uso das epígrafes. A meu ver essa intertextualidade no autor estudado enriquece sobremaneira os seus escritos sob uma perspectiva dialética em paralelo com autores como Manuel Bandeira, Augusto dos Anjos e Drummond – verdadeiros ícones em que o poeta se espelha, reverenciando e enriquecendo com um olhar próprio e apropriado.

No capítulo seguinte é dada ênfase no estudo da heteronímia e, com originalidade, a autora Maria José nos revela um completo panorama deste recurso largamente empregado no fazer poético do Milton. Demonstra que os heterônimos deste autor dialogam com o próprio e entre si mesmos, o que, sem dúvida, é uma particularidade bastante interessante em se tratando do uso de heterônimos, que teve sua expressão máxima com o grande Fernando Pessoa. Aliás, a autora traça esse paralelo entre o poeta português e o fazer poético do Rezende, misto de funcionário público e celebridade rural escondido no anonimato das montanhas de Minas.

Na sequência vem uma análise da Maria José, engenheira da palavra e autora perspicaz que agora se depara e se debruça sobre o processo de criação do poeta mineiro, dissecando, discernindo e exemplificando com inúmeras poesias retiradas dos livros do autor, formando desde já uma breve antologia de poemas estudados que poderá ser usada como base para novos estudos, dela própria ou de outros aventureiros dispostos a levar adiante a tarefa de retirar o Milton do limbo acadêmico e levá-lo à apreciação de mais leitores.

No último capítulo, a autora se dedica a rastrear os indícios ou resquícios do Spleen na obra do autor, como se fossem espectros do romantismo ainda vivos e remanescentes na contemporaneidade dos temas abordados, tais como o subjetivismo e a morte. Para tanto faz um apanhado global da escola romântica vigente na segunda metade do século XIX e aborda autores como Álvares de Azevedo e sua correlação com a lírica atual e reinventada nas temáticas predominantes do poeta Milton Rezende.

Finalmente, para fechar o livro, há um apêndice e um anexo formado por diversas entrevistas com o próprio poeta (concedidas em diferentes períodos e contextos) e também com alguns escritores e poetas amigos, conterrâneos e/ou conhecedores da obra do autor de Ervália.

Dito isso, acho que só nos resta ler o livro da Maria José e, através dele, dar um passo e um impulso rumo à obra poética do Milton, descobrindo e desvendando novas sendas de fruição, percepção e compreensão da gênese literária empreendida por este “poeta de escrita tão refinada, familiar aos leitores da poesia moderna, mas ao mesmo tempo estranha aos leitores da atual poesia contemporânea”.




Texto do M'Bonga

My name is M’Bonga, representante dos povos originários do Brasil, aqui neste Congresso Internacional, Multicultural e Multirracial visando criar políticas de inclusão destas etnias minoritárias e nem por isso menos importantes num debate em que se pretende justamente discutir essas dicotomias propagadas ao longo dos séculos em que os índios foram relegados ao extermínio pela velha ordem excludente de se ignorar as minorias.

Então este congresso pretende exatamente discutir todas essas questões ancestrais e dirimi-las num contexto de congraçamento dessas muitas diferenças para que possam em uníssono reverberar todas essas peculiaridades de condições, aqui, neste congresso, em condições de igualdade e fraternidade

Pois bem, durante estes debates que durariam toda uma semana eu pude conhecer e fazer contato com o De Andrade, que se apresentou como um ex-agente literário de alguns nomes de artistas e, dentre eles, o de ter sido agente literário do poeta e escritor mineiro Milton Rezende que eu já ouvira falar vagamente em seminários culturais que eu tinha participado.

Então, conversando com o De Andrade ele me contou que foi agente literário deste poeta em duas de suas obras, respectivamente, “Mais uma Xícara de Café” (one more cup of coffee) e “A Casa Improvisada”. Nos anos de 2017 e 2019, respectivamente.

Agora o já renomado escritor planejava escrever seu 17° livro (que ele diz ser o derradeiro), e que, para isso, ele iria precisar da figura de um agente literário, sobretudo, para alavancar a sua carreira no exterior, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

Eu, M’Bonga, já ouvira falar deste autor, mas muito vagamente, em seminários e congressos em que se discutia o surgimento de uma nova e pujante literatura em nossos trópicos.

Assim, em conversas com o De Andrade nos intervalos dos debates, ele me falou que esse poeta o procurara no sentido de restabelecer a velha parceria para este novo projeto intitulado “O Outro Lado do Escuro”. Mas que ele, em função de compromissos assumidos no Brasil e no exterior não poderia pegar esta tarefa no momento, mas que tinha se comprometido com o autor a indicar uma pessoa capacitada e idônea e com livre trânsito nas esferas multiculturais do nosso planeta.

Disse que pensava em mim e, neste congresso internacional, tendo a oportunidade de encontrar-me pessoalmente e achando que eu reunia os atributos para a função resolveu me convidar a ser o novo agente literário do escritor e poeta Milton Rezende, especificamente para este projeto literário de representar o autor nos meios culturais e internacionais onde eu possuía muitos contatos literários, e se assim podemos dizer, um livre trânsito.

Acrescentou que não poderia, ele mesmo, assumir a função porque estava assoberbado de afazeres e, portanto, não poderia levar a cabo este projeto. Sendo assim eu lhe falei, sinceramente, que o convite muito me honrava, mas que eu não me sentia em condições de executá-lo e que passaria a tarefa ao M’Bonga que, apesar de não conhecer o autor em questão, mas já ouvira falar dele e embora não tivesse tido oportunidade de ler nenhum de seus livros, que eram bastantes numerosos, e que se tratava, portanto, de uma obra extensa e representativa.

Então o De Andrade decidiu prontamente que isso se resolvia facilmente e, ato contínuo, entregou-me alguns exemplares dos livros do Milton Rezende e indicou-me o site do autor: www.miltoncarlosrezende.com.br e que era para eu ir conhecendo a obra do poeta mineiro/brasileiro e que, depois disso, eu decidiria quanto a representar ou não este escritor nas lides intelectuais pelo mundo afora.

Eu, M’Bonga, topei a princípio a tarefa e levei os seus livros para o hotel em que estava hospedado para ler e conhecer melhor este autor contemporâneo. Comecei pelo site e, logo de cara, tive a minha curiosidade aguçada em conhecer tão rico acervo. Criei a empatia inicial com o autor pelo que ele era e o que representava para as letras nacionais.

O segundo passo seria ler os seus livros e fazendo isso eu me convenci da necessidade premente de levar este autor estupendo ao conhecimento dos povos do mundo, de onde, eu tinha a vantagem de ter livre acesso em função das minhas atividades pelos fóruns de debate através do mundo todo.

Telefonei então ao De Andrade dando ciência a ele de que eu aceitava essa empreitada cultural.

E assim, dessa forma, acabei me tornando de Índio a agente literário do poeta Milton Rezende e espero com isso levar por onde eu for essa tarefa prazerosa e importante de disseminar o conhecimento deste autor e de sua obra para um público mundial.